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Indígena Paiter Suruí torna-se a primeira barista do Brasil


Celeste Paytxayeb Suruí, nascida em Cacoal, região central de Rondônia, entre o povo Paiter Suruí, se prepara para conquistar o mundo como a primeira mulher no Brasil a se especializar não só na degustação do café, mas também na sua produção e preparo. Sua história é de triunfo contra todas as probabilidades, pois ela vem de uma comunidade que resistiu à destruição de suas florestas por forasteiros. Em suas próprias palavras: “É uma história triste, porque marca um momento de genocídio, assassinato, em que um povo lutou para sobreviver para que eu e esses Suruís estivéssemos aqui hoje”. Na aldeia Lapetania, localizada na Terra Indígena Sete de Setembro, em Cacoal, o cultivo do café é uma prática desenvolvida pelos Paiter Suruí há mais de 30 anos. As plantações são uma das poucas coisas boas deixadas pelos não indígenas que foram expulsos do território após a demarcação pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 1983.


Depois que um café produzido pelos Paiter Suruí foi premiado nacionalmente, em 2018, o Grupo 3 Corações lançou um projeto inovador denominado “Tribos” com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável. Os três pilares do projeto são o protagonismo indígena, a proteção da floresta e a produção de café de qualidade. O interesse de Celeste em ser barista foi despertado por um curso de capacitação realizado em 2021, promovido pela CoffeaTrips em parceria com a Kanindé Brasil, Associação Etnoambiental, de Rondônia. Apesar de inicialmente ter enfrentado críticas por ser mulher e indígena, Celeste se mostrou pioneira na área, quebrando barreiras e celebrando sua cultura a cada xícara de café que serve.



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