Durante a 6ª Assembleia de Lideranças Indígenas, realizada pelo Parlamento Indígena do Brasil (Parlaíndio), foi apresentado um curso de ensino a distância (EaD) preparado pela Embrapa Florestas, especialmente para as comunidades indígenas, com foco em práticas de restauração florestal. O curso foi demandado pelo Parlaíndio para os povos indígenas interessados em reflorestar terras degradadas e é a primeira etapa do projeto “Semeando Florestas em Terras Indígenas”. A previsão de lançamento do EaD é para o primeiro semestre deste ano.
O curso estará disponível a todos os indígenas interessados nos sites do Parlaíndio e da Embrapa e se divide em três módulos que acompanham etapas importantes do processo de reflorestamento: coleta e beneficiamento de sementes florestais nativas da Amazônia, instalação de viveiro de pequeno porte e produção de mudas.
O cacique Almir Narayamoga Suruí, coordenador executivo do Parlaíndio Brasil, destacou que a Embrapa Florestas foi escolhida como parceira na elaboração do curso por sua notória competência e que o curso será um ponto de partida do projeto que visa motivar muitos outros povos indígenas a empreender a restauração florestal de seus territórios. Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, destacou que o trabalho junto aos povos indígenas vai trazer experiência e conhecimento para aprimorar os conhecimentos já existentes e será uma troca muito importante.
O projeto “Semeando Florestas em Terras Indígenas” é uma iniciativa do Parlamento Indígena e da Associação Metareilá do Povo Paiter Suruí e conta com a parceria técnica da Embrapa Florestas e o apoio da Embaixada da França no Brasil. A meta inicial é plantar 1 milhão de árvores por ano. O Parlamento Indígena do Brasil foi lançado oficialmente em maio de 2021 e é um espaço de voz e de articulação política para que os anciãos, pajés e caciques mais antigos possam assumir seu protagonismo e participar ativamente da discussão nacional das questões indígenas.