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Paiter suruí nos dias de hoje

Paiter: Atualmente 

O povo Paiter Suruí é um exemplo de superação e resistência. Após décadas de sofrimento com o contato com a sociedade branca, eles conseguiram se adaptar aos tempos modernos e usar a tecnologia para proteger seu território e cultura. Os Paiter Suruí têm sido pioneiros em vários projetos de desenvolvimento sustentável dentro de seu território indígena. Eles são conhecidos por seu trabalho em prol da preservação ambiental e da valorização de sua cultura.

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Almir Suruí é o principal líder dessa trajetória de resiliência e resistência. Ele foi o primeiro indígena a participar da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a famosa Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro em 1992. Lá, ele chamou a atenção para a importância de preservar a floresta amazônica e seus habitantes. De volta à sua terra natal, Almir iniciou um esforço incansável para proteger o território Sete de Setembro, onde o povo Paiter Suruí vive. Ele liderou a criação do Programa Carbono Suruí, que consiste em vender créditos de carbono gerados pela preservação da floresta. O programa tornou-se uma referência global para iniciativas REDD+, que significa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, e é um exemplo de como o desenvolvimento sustentável pode ser conciliado com a preservação ambiental.

Outra importante iniciativa liderada por Almir foi o projeto de café Paiter Suruí, que visa agregar valor à produção de café da tribo e promover a diversificação da economia local. Além disso, a tribo Paiter Suruí trabalha com turismo etnoambiental por meio do projeto de turismo Paiter Yabnaby, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer sua cultura e modo de vida na floresta de maneira sustentável e respeitosa.

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A filha de Almir, Txai Suruí, também é uma líder importante na luta do povo Paiter Suruí pela preservação ambiental e cultural. Ela é filha de Neidinha Suruí, que também participou ativamente do processo de demarcação de terras indígenas e foi uma das fundadoras da Associação Kanindé, que trabalha para defender os direitos indígenas e preservar o meio ambiente na região de Rondônia.

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Em reconhecimento aos seus esforços, Almir Suruí recebeu o Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas em 2013 pela liderança do povo Suruí na proteção do meio ambiente e dos direitos humanos em sua região. Almir é um exemplo de como a liderança indígena pode ser fundamental para proteger a floresta amazônica e a cultura ancestral.

Os povos indígenas têm sido vítimas de inúmeras violações de seus direitos básicos, incluindo a perda de suas terras e recursos naturais, a violação de suas culturas e tradições e a negação de seus direitos políticos e econômicos. No entanto, apesar desses desafios, muitos povos indígenas encontraram força na união e na luta por seus direitos e sobrevivência.

Os povos indígenas têm uma história e cultura ricas que são fundamentais para sua identidade e bem-estar. Eles têm um conhecimento profundo das terras e recursos naturais em que vivem e desenvolveram sistemas de governança e práticas de manejo sustentável que permitiram que suas comunidades prosperassem por milhares de anos. Atualmente, muitos povos indígenas estão trabalhando para construir o desenvolvimento sustentável dentro de seus territórios, com suas próprias leis e políticas internas. Eles estão encontrando soluções inovadoras para proteger o meio ambiente e seus modos de vida tradicionais, ao mesmo tempo em que buscam melhorar suas condições socioeconômicas.

A colaboração e o apoio de organizações da sociedade civil e governos, bem como a solidariedade de pessoas ao redor do mundo, são fundamentais para o sucesso desses esforços. A longa parceria entre o povo Paiter Suruí e a Associação Kanindé, fundada pela mãe de Txai, Neidinha Suruí, é um exemplo disso. Juntos, eles trabalharam incansavelmente para garantir a preservação da cultura e dos direitos indígenas na região.

Embora ainda haja muitos desafios a serem superados, a esperança é que a luta dos povos indígenas pela justiça e pelos direitos continue a inspirar mudanças significativas.

A história do povo Paiter Suruí é um exemplo de como é possível resistir e lutar por seus direitos e pela preservação ambiental, mesmo em meio a grandes desafios. É preciso valorizar e apoiar projetos de desenvolvimento sustentável em terras indígenas, além de reconhecer e dar voz às lideranças indígenas que lutam por um mundo mais justo e sustentável.

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