As eleições para a prefeitura de Cacoal chegaram ao fim, e, apesar de uma campanha inovadora e histórica, Almir Suruí, o primeiro indígena a concorrer ao cargo, não conseguiu se eleger. O resultado das urnas confirmou a vitória de Adailton Fúria (PSD), que foi reeleito com uma expressiva votação de 83,16%, totalizando 40.270 votos. Em segundo lugar ficou Celso Popó (PL), com 12,86% e 6.225 votos. Almir Suruí, candidato pelo PDT, obteve 3,98% dos votos, somando 1.929 votos.
Apesar de não ter alcançado a vitória, a candidatura de Almir representou um marco significativo para o povo Paiter Suruí e para a política local, trazendo novas discussões sobre sustentabilidade, empreendedorismo e a inclusão das comunidades indígenas no cenário político.
Durante sua campanha, Almir contou com o apoio de personalidades de renome nacional. O ator Marcos Palmeira e a atriz Fernanda Torres enviaram vídeos de apoio, declarando publicamente sua confiança em Almir e pedindo aos eleitores de Cacoal que considerassem sua visão transformadora para a cidade. Essas declarações ajudaram a amplificar a mensagem de Almir, sobretudo entre aqueles interessados em causas ambientais e culturais.
Almir Suruí, conhecido por seu trabalho internacional em defesa da Amazônia e do desenvolvimento sustentável, atraiu atenção nacional e internacional ao se candidatar. Sua campanha focou em transformar Cacoal em um modelo de cidade sustentável,
conectada globalmente com a exportação de produtos locais, como o café e a carne sustentável, e em promover o turismo através da revitalização do rio Pirarara. Almir também defendeu causas como a proteção animal, ao assinar um compromisso com a campanha "Vira Lata Vira Amor Cacoal".
Apesar do resultado desfavorável, a candidatura de Almir Suruí trouxe à tona debates importantes sobre a integração dos povos indígenas nas estruturas de poder e a necessidade de políticas públicas que olhem para o desenvolvimento sustentável. Sua presença no cenário eleitoral fortaleceu a imagem do povo Paiter Suruí, que continua a lutar por reconhecimento e inclusão.
"Esta foi apenas uma etapa de uma jornada maior", declarou Almir em um discurso após o resultado das eleições. "Continuaremos trabalhando pelo desenvolvimento de Cacoal e pela valorização de nossa cultura e nossos recursos naturais. A luta não termina aqui."
Com o apoio de figuras públicas como Txai Suruí, Marcos Palmeira, Fernanda Torres e Acir Gurgacz, e com uma proposta ambiciosa de transformar Cacoal em uma referência nacional e internacional, a campanha de Almir deixa um legado para futuras candidaturas indígenas e para uma política mais inclusiva em Rondônia.
Embora não tenha sido eleito, Almir Suruí se consolidou como uma voz importante na defesa de um futuro mais sustentável e integrado para Cacoal e para a Amazônia. Sua candidatura será lembrada como um marco na história política da região, marcando o início de um diálogo mais amplo sobre representatividade indígena.
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